Lapidart ganha prêmios de Inovação Tecnológica Sebrae e Finep.
Prêmios valorizaram o conceito inédito dos equipamentos e o grande potencial de geração de empregos e profissionalização do setor gemológico.
Uma máquina semi-automática para lapidar pedras preciosas com precisão e rapidez, batizada de Lapidart, está quebrando velhos paradigmas no mercado de gemas e jóias, setor que, somente em Minas, emprega 150 mil pessoas e exportou US$ 52 milhões, no ano passado.
Um ano após ser criada, a Lapidart ganhou o Prêmio Inovação Tecnológica 2001, promovido pelo Sebrae-Minas durante o Minastec, em Belo Horizonte, em disputa que envolveu 77 empresas do Estado. Em 2002, a empresa foi novamente premiada, desta vez pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), órgão ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Foi a única empresa mineira a ganhar o Prêmio de Inovação Tecnológica Finep 2003 – Região Sudeste.
O invento, patenteado no INPI em março de 2000, é o primeiro facetador de pedras preciosas criado com tecnologia 100% brasileira, e surge como alternativa à lapidação tradicional a mão livre, que utiliza as mesmas técnicas desde os tempos do Brasil colonial.
A máquina tem a mesma precisão das americanas e européias, porém é muito mais rápida, pois utiliza o conceito de movimento polar em arco graduado, enquanto as importadas utilizam o sistema linear para mudanças de graus. "Nós quebramos um paradigma mundial na construção da máquina, pois a Lapidart® é muito mais rápida que qualquer outra concorrente internacional, e tem extrema precisão", diz Sérgio Aspahan.
O projeto começou a nascer com o desenvolvimento de um protótipo virtual desenvolvido em 3D que foi apresentado ao Sebrae Minas. Parte do investimento foi custeado pelo Programa de Apoio Tecnológico às Microempresas (Patme), através do Sebrae-MG, com o primeiro protótipo físico desenvolvido pelo Senai, instituição com certificado ISO 9001.
O conjunto de máquinas – facetador, calibrador, encanetador/transferidor, bancadas e acessórios – foi lançado no mercado em agosto de 2002, durante a XII Feira Internacional de Pedras Preciosas de Teófilo Otoni, MG. Desde então, já foram feitas vendas para todo o país, além de países da América Latina (Argentina e Bolívia), com consultas de todos os continentes.
O objetivo social da Lapidart®, segundo Sérgio Aspahan, é criar no Brasil a cultura da lapidação com alta tecnologia, promovendo a criação de cooperativas-escolas profissionalizantes e a geração de emprego para famílias de baixa renda nas províncias gemológicas.
"Nós queremos incentivar a lapidação das pedras brasileiras e desestimular a exportação de pedras brutas, pois, para cada dólar em bruto exportado,o país deixa de faturar outros nove dólares por não lapidar a pedra", diz.
De fato, o Brasil, maior produtor de gemas do planeta, já foi também o maior exportador de pedras lapidadas do mundo, posto que perdeu para os países asiáticos – China, Tailândia, Coréia e Índia – que compram o material bruto para ser lapidado em máquinas de precisão. Esses países não permitem a exportação de pedras brutas. "A lapidação brasileira, com raras exceções, usa métodos primitivos, sem perfeição na forma, nos ângulos e no calibre, o que é rejeitado pelos exigentes joalheiros internacionais", diz Sérgio. "Só com máquinas poderemos criar no Brasil a cultura da lapidação com alta tecnologia e reconquistar a liderança na exportação de gemas lapidadas".
A ação da Lapidart nos últimos anos, com a sensibilização dos governos federal, estaduais e municipais gerou frutos: foram criadas cooperativas nas cidades de Ametista do Sul, Quarai e São Martinho da Serra (RS), Salinas (MG) e Paraupebas (Pará), com equipamentos Lapidart, além de escolas em Goiânia (GO), Araçuaí, Governador Valadares (MG) e Salvador, estas últimas do Senai.
Diversas universidades utilizam os equipamentos Lapidart, entre elas: Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Universidade de São Paulo (USP), Centro Universitário Franciscano (RS), Fuvates (RS), entre outras.